terça-feira, 29 de abril de 2014

Cabeçote: Angra com ou sem Fabio Lione?


Consideradas as formações que o Angra teve após “Angels Cry” – com Ricardo Confessori na bateria -, o grupo contou com quatro mudanças. A mais complicada foi a primeira, com a debandada de Andre Matos, Luis Mariutti e Ricardo Confessori de uma só vez. Desde então, as discussões entre preferências de line-ups entre os fãs da banda são constantes.

No entanto, não encontrei rejeição maior para alguma formação do Angra do que a atual. A falta de carisma dos atuais membros que esbarra na fama de arrogante de alguns – em especial de Kiko Loureiro – e a própria performance do atual vocalista, Fabio Lione, descontentam os fãs do grupo. Em especial o último ponto, mesmo se for levado em consideração que Lione não é, oficialmente, o dono definitivo do posto. Ainda é cantor convidado. Mas os músicos da banda querem efetivá-lo.


Fabio Lione é um dos grandes cantores do metal melódico. Tem um grande alcance e domina técnicas vocais que nem mesmo Andre Matos tem muita habilidade. Mas são características muito distintas de ambos os antecessores. Além de não se encaixar com a proposta de qualquer fase do Angra, a performance de Lione remete os ouvintes a um estilo muito engessado, que é justamente o metal melódico que o grupo brasileiro tentava se desvincular parcialmente há algum tempo – muito por orientação artística do vocalista anterior. E o pior, ao meu ver: Lione não tem brasilidade para uma banda cujas músicas são tão influenciadas por outras vertentes musicais do país. Soa forçado.

Musicalmente, a parceria entre Angra e Fabio Lione não se encaixa muito bem – e não por incompetência deste. Conflitos com as datas do Rhapsody Of Fire, o posto principal de Lione, podem tornar o Angra uma banda ainda mais esporádica do que vinha sendo. Em outros fatores, no entanto, a relação é ótima. Lione é altamente profissional, tem cuidado com imprensa – até porque os dois vocalistas anteriores demonstraram a necessidade de um media training – e tem reconhecimento mundial maior do que muitos prováveis cantores que poderiam assumir a vaga.



Comprometer o trabalho musical ou arriscar nos outros âmbitos? Apesar de muitos pontos em favor de Fabio Lione, ainda acho que um novo cantor, de características mais semelhantes às dos antecessores, poderia assumir o posto. Fóruns, fansites e grupos de discussão podem listar uma série de competentes candidatos brasileiros. O Angra tem nome para se carregar sozinho, mesmo com um vocalista desconhecido.

A ideia de Lione cantar em um álbum com um tom de participação, algo que pode até mesmo ser considerado “fora” da discografia do Angra, é uma ideia interessante. Mas mesmo depois disso seria ideal que o grupo encontrasse um novo cantor e volte a se encontrar musicalmente. Até porque, nos dois últimos trabalhos, o grupo ficou devendo.


Fonte: Van do Halen

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