segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Dia 4 de fevereiro dia da revolução roqueira em Brasília




por Penny Lane
05 de fevereiro, 2012

Mais de mil pessoas lotaram o auditório do Museu da República no último sábado, dia 4 de fevereiro, para o ato de lançamento do Movimento Brasília Capital do Rock. 
O dia estava ensolarado como tinha que ser. Músicos, produtores, celebridades e políticos se misturavam na multidão. Todos com um só objetivo: transformar Brasília de uma vez por todas na capital nacional do rock! 

O ato, marcado para as 13 horas, começou com um atraso de cerca de uma hora. O pontapé inicial foi a exibição do filme Rock Brasília, Era de Ouro de Vladimir Carvalho. Na sequência houve mesa redonda com os produtores Marcos Pinheiro (Cult 22), Gustavo Sá (Porão do Rock), Kennedy Bitencourt (Rolla Pedra), Nina Puglia (Coletivo Esquina) e Alê Capone (Triskélion). Foram discutidos os pontos primordiais para a formação de uma cadeia produtiva de rock, como a profissionalização de pessoas que trabalham em produção de eventos, a importância dos grandes e pequenos eventos na movimentação da economia local e a criação do mês do rock, onde todos os cantos da cidade se dedicassem a tocar o músicas do estilo.

O evento foi interrompido às 16 horas para um rápido cofee break no restaurante do Museu. Na volta, um solo de bateria que ficou por conta do pequeno Gustavo de 11 anos, que apesar da pouca idade mostrou ter um talento imenso encantando o público presente. 

O momento mais aguardado do evento ocorreu por volta das 18 horas, quando uma mesa formada pelos deputados distritais Prof. Israel Batista e Cláudio Abrantes e a deputada federal Érika Kokai, membros da frente parlamentar do rock, se juntaram ao secretário de Cultura do DF Hamilton Pereira, ao governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz e sua esposa, ao vocalista da Plebe Rude Philippe Seabra, ao técnico de som e vocalista da banda Galinha Preta, Frango Caos, Kbça vocalista da banda Bruto e representante das cidades satélites e André Noblat, vocalista da banda Trampa e grande articulador do movimento. Os discursos foram permeados de emoção e de promessas valiosas, como a de decretar por lei que o rock de Brasília é patrimônio cultural da cidade. A instituição de um calendário de eventos de rock e a criação de um modelo de produção que garanta a exportação dos artistas, a recuperação de antigos espaços para shows e a criação de outros também esteve na pauta. 

Um dos discursos mais aplaudidos foi o do professor Israel. O deputado distrital declarou que o rock é o que a cidade tem de melhor para oferecer ao país em termos culturais, e que Brasília não tem condições de receber turistas internacionais nas épocas dos grandes eventos esportivos que estão por vir, com bares que fecham cedo e transporte público deficitário. “Não temos condições de competir com Manaus em termos de beleza natural, com o Rio de Janeiro em termos de samba, com Salvador em termos de axé ou com Recife em termos de frevo. Mas quando o assunto é rock ninguém barra Brasília.” – declarou o deputado, seguido de aplausos do público.

Já o discurso do governador pareceu vindo de quem acaba de receber muita informação em muito pouco tempo. Prometeu apoio total para o movimento, alegando ter consciência de que estamos construindo uma identidade cultural, após 51 anos de fundação da capital federal e revelou que logo sairá do papel a criação do Memorial Renato Russo. Agnelo também falou da necessidade de trazer grandes festivais para Brasília, citando o SWU que aconteceu no interior de São Paulo no ano passado. 

Ao final dos discursos e explanações, houve uma passeata pelas ruas até a casa noturna La Ursa, no setor bancário norte,onde músicos e simpatizantes se reuniram para uma jam session. 

O dia não podia ter sido mais proveitoso. E pra quem acha que foi apenas mais uma coleção de blá-blá-blás se engana. Estamos diante do primeiro grande movimento cultural de Brasília, que não trata de enfiar o rock goela abaixo das pessoas que aqui residem, e sim de estampar um retrato do que mais distingue Brasília das outras cidades brasileiras. Somos uma cidade que nasceu respirando poeira e rock. Tivemos as melhores bandas do Brasil tocando a metros dos quintais de nossas casas, não só nos anos 80 e 90. Até hoje a produção de rock é forte e de qualidade. Pela primeira vez na história da nossa cidade tivemos um governador que se sentou para ouvir roqueiros, percebendo que estava diante de um movimento genuíno que nasceu da necessidade pura dos jovens de todo o Distrito Federal de obter uma identidade. 

Palmas para a produção do evento, que trabalhou incessantemente desde as 6 horas da manhã do sábado mostrando uma organização impecável. Mostramos todos que podemos nos organizar em prol de qualquer causa. Temos agora o caminho aberto para transformar de uma vez por todas Brasília na capital do rock de fato e de direito. 

Fonte: Rock Brasília

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